domingo, 8 de julho de 2007

As penúltimas

De volta ao “acomentado” blog, uma vez que “a” seja um prefixo de negação. O último post, estava de veras melancólico, segundo amigos(as) solidários as minhas produções textuais e a atender seus suplícios, venho por via deste falar sobre algo mais rejuvenescedor. E nada mais prazeroso do que comentar sobre as novidades.
Penultimamente, meus caros, muita leitura. Nada em excesso, pois as férias me permitem gozar áureos tempos de inutilidade total: pés ao léu, winnig eleven e telejornais noturnos. Não que isto me impossibilite de gozar de outras formas; inútil, entretanto, não seria. As leituras, todavia, não as faço através de periódicos locais – muitas linhas e cansativas repetições do óbvio cotidiano. Exerço-as itinerantemente, variando os assuntos. No momento estou cercado de duas revistas e dois livros: Caros Amigos edição de junho, Rolling Stone deste mês e a biografia dos Titãs e as memórias de Paulo Francis, respectivamente. O mensal esquerdista traz na capa o escritor Gabriel Garcia Márquez, uma proeza! Mas a cima da foto do velho bigodudo está a frase desferida por Juca Kfouri (sem piadinhas para com o sobrenome): “ O Pan não serve pra nada”, acusando o eterno presidente do COB, o Nuzman, de ganhar dinheiro em cima do panamericano. Óbvia, e necessária leitura. Revista muito bem elaborada, exceto o Hamilton, comunista de dar pro Mao, justificar o fechamento da RCTV com outras não renovações anglo-saxônicas: incomparáveis. Na Rolling Stone ainda não pus os olhos nos textículos, mas vale dizer que na capa estão Keith Richards e o Depp, o Johnny.
Já que ronquenrrou foi citada, ao pronunciar o nome do sexagenário guitarrista, o livro que segue minhas leituras julinas é “A vida até parece uma festa”, a biografia da maior banda de roque brasileira; eram oito. Toda a trajetória discográfica, ofuscada pela obra prima Cabeça Dinossauro, está, de fato, impressa naquelas quatrocentas páginas – além das passagens bíblicas da banda punk paulista: Arnaldo preso, Sergio e Marcelo competindo quem imitava melhor um aspirador de pó, Belloto pegando a Malu e o Miklos dando uma de ator naquele filme que ele trepa com a Mariana Ximenez. Excepcional!
E como não deixaria de ser, as batatinhas ficam sempre para o final: O afeto que se encerra, memórias de Franz Paulo Trannin da Matta Heilborn, ou Paulo Francis. Comprei a publicação assim que vi e não me dei ao luxo de alongar esta leitura para depois dos Titãs. Jornalista e crítico de arte, o velho da fala teatral construiu carreira sólida dentre os formadores de opinião, sempre polêmico, sarcástico e muito, muito lido. Da época do Pasquim ao Manhattan Connection, Paulo, dotado do melhor humor negro, sempre foi contraditório e irritante – qualidades dignas dos inteligentes. O terror dos comunistas! Maravilha.
Enfim, a última é a palavra Prolegômenos: ou seja, início. Adoro dicionário. Ave Francis
!

2 comentários:

Álvaro S.Frasson disse...

Não é verdade que seu blog é acomentado. Falo muito dele a mim mesmo, horas e horas de discussões que rendem ótimo cochilos vespertinos - sempre após o almoço e o Globo Esporte -, claro.

Ótimos exemplos, mas não se faça de intelectual. Ficas muito tempo naquele winning eleven (que jogas muito mal) e poderia aproveitá-lo mais a fim de adiar suas leituras. Não sei se tens a ciência, mas é bom, disso, interar-se: Paulo Francis quando moleque possuia 6 horas diárias de leituras, sem contar seus estudos colegiais. Ou seja, recolha-se na sua ignorância, pois difícil é ver você chegar, até, ao meu nível intelectual.
Obrigado.

Ton-Kun disse...

Eu estou comentando, só para deixar claro, não só porque pediu, mas porque eu gostei do que li. Por incrível que pareça, também comprei essa Rolling Stone, e tenho de dizer que me surpreendi, já na edição anterior, comemorativa do aniversário de Star Wars, com o nível da revista, que até então banalizava. Uma mistura de pop, cultualismo e muito texto. Me agradou bastante. Fiquei babando em cima da biografia dos Titãs e digo que há dois livros que seco há séculos nas livrarias: Uma que fala da história do Rock, desde sua origem e outra que trata da biografia de Renato Russo, intelectualista que aprecio desde que me conheço por ouvinte musical. É, um dia me aprofundo nessas leituras.