domingo, 24 de junho de 2007

Caderno Agá do Zé


Sou fã do Mário Quintana. Tanto da sua obra quanto do seu estilo de vida - nunca casou-se, aproveitou a vida solitariamente e tomava todos os dias um café com quindim. Suas poesias, claro, ganharam meus olhos de primeira. Todos conhecem o "Poeminha do Contra" (foto), aquele outro do seu primeiro livro "Rua dos Cataventos", Da vez primeira, entre outras delícias. Melhores que quidim! Entretanto o Mário tem um livro que é único, onde registra todos os seus pensamentos, suas frases e seus contos: o Caderno H, uma das suas mais famosas obras - a qual não resisto em dar umas olhadelas sempre que necessito de alguma frase de efeito. Sem ser clichê.

E resolvi imitá-lo. Grafar, aqui, algumas das minhas frases prediletas (leia-se: as que lembro), as quais fico doses de uísque a fio para formulá-las. Pode ser uma série, ainda não decidi, mas aí vão as primeiras. Lanço meu plágio: o Caderno Agá do Zé!


Relacionamento
Uma feliz coincidência.

Brigas de relacionamento

Nem tudo é coincidente.

Solidão
Quando o silêncio incomoda.

Silêncio
Como resposta, incomoda muita gente.

Boate
Ambiente abafado, sem café, música desagradável. Ingresso caro, bebidas caras, gente barata.

Baratas
Contemporâneas dos dinossauros. Merecem nosso respeito.

Hugo Chávez
Revolucionário venezuelano de esquerda que pensa ser Simon Bolívar.

Panamericanismo

Que fique apenas no esporte. Pelo amor de Deus!

Os trapalhões
Didi: Fidel Castro, o mais velho e já perdeu a graça.
Dedé: Hugo Chávez, quer ser igual ao Didi.
Mussum: Lula, não está nem aí, quer mais é tomar uma pinga e ser feliz.
Zacarias: Evo Morales, puxa-saco de todos e acha que é engraçado.

Dos aeroportos brasileiros
Atrasar vôo é igual ao atraso menstrual da namorada. Se atrasar muito você se fode.

New wave
Pagode e funk carioca são as ondas do momento. Não vejo a hora do repuxo.

Música eletrônica
Quem inventou não conseguiu fazer pestana.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Deixa o homem trabalhar


Salve, salve Brasil desordem e retrocesso. Voltar ao domínio estrangeiro parece ser nosso fim, se é que já não estamos, amados compatriotas. Mais uma medida promíscua e corporativista do nosso mutilado presidente causou-me forte desarranjo moral e mais uma vez senti-me impotente em relação à política deste triste trópico verde e amarelo: o Lula aprovou um aumento salarial que chega até os 140% de reajuste para cargos comissionados, os chamados DAS (Diretoria de Assessoramento Superior). Logicamente, os ocupantes de cargos comissionados não precisam prestar concurso público, ao contrário dos demais servidores públicos, e sim pelo mais usual Q.I (Quem Indica). No caso os DAS são indicados por políticos. Que beleeeeeeeza!

Entenda melhor o reajuste, via MP, que o socialista, hahahahahaha, Lula deu aos amigos dos seus políticos e que não deu as demais camadas da população:

DAS nível 6: salário anterior - R$ 7.575, salário atual - R$ 10.448
DAS nível 5: salário anterior - R$ 6.363, salário atual - R$ 8.400
DAS nível 4: salário anterior - R$ 4.898, salário atual - R$ 6.396
DAS nível 3: salário anterior - R$ 1.575, salário atual - R$ 3.777


Só o nível três teve um aumento de 139,75%. E o salário mínimo? Vinte pila!
Esse reajuste vai custar cerca de 277 milhões de reais aos cofres federais. Apenas em 2007. No entanto, a partir de 2008, os gastos chegarão a R$ 475,6 milhões anuais.

Eu não sei quanto a vocês, amigos tupiniquins, mas penso que o Lula está cagando e andando para nós. Cagada, aliás, ele faz sempre, seja em suas analogias futebol/política ou nas medidas provisórias sem pé nem cabeça que ele aprova.
Lula vinha para mudar. Decepcionou e é pior dos outros que externavam suas merdas para a população. Ele me envergonha ao falar, me deixa irado quando discursa suas lavagens cerebrais às camadas mais baixas da sociedade, inventando, a eles, uma verdade mentirosa e a constante veneração da imagem “sô pobre, mas sô limpinho”.


Agora vou retirar-me.

Estou em apuros para esquecer de política brasileira.

O desarranjo está forte.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Boa Pedida

O cronista Mauricio Rodrigues de Souza Neto, conhecido pelo pseudônimo Gillus Boccattus e famoso por diversas crônicas publicadas em vários jornais do País, lançou no inicio do ano o livro Crônicas Brasileiras – as abomináveis classes sociais.
O conjunto de crônicas escritas por Gillus mostra-nos o ridículo do dia-a-dia do brasileiro, os absurdos que vemos por todo o Brasil e as abominações que estamos sujeitos a todo instante. De forma divertida, o autor faz uma critica social aos pretensiosos, aos narcisistas, aos arrogantes, aos prepotentes, enfim, a escória humana (não aqueles com baixa qualidade econômica, mas sim os de pouca humildade e muita ignorância, arrogância e outros adjetivos comuns a burguesia).
Boccattus segue uma linha de humor mais refinado, a exemplo do grande cronista Luís Fernando Veríssimo. As crônicas contam com ilustrações e são bem curtas. Rápido, fácil e gostoso de ler, é uma boa pedida para quem gosta do estilo. Já aqueles que abominam a leitura: Meus pêsames.





Vai o link do blog dele ai para galera que curte ler umas crônicas...
http://gillusboccattus.zip.net/index.html
Vídeo do Mauricio Rodrigues de Souza Neto...
http://www.youtube.com/watch?v=7CqxgfJfdr4

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Yeah! Rock brasileiro na área







Eles são feios, vestem-se fora dos padrões da moda (ufa!), tocam seus instrumentos formidavelmente bem e berram letras com um estridente vocal de Beto Bruno: eles são a Cachorro Grande, outra banda gaúcha no cenário roqueiro do país.
Até que enfim um bom e novo rock n’roll.
A carência era grande. País este que já teve em uma só década o surgimento de nomes como Raul Seixas, Rita Lee, Arnaldo Baptista e Ney Matogrosso no universo do rock nacional nos anos 70 e incontáveis adolescentes rebeldes fazendo música nos anos 80 como Titãs, Legião Urbana, Blitz, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso e Ira!, entre outros, estava cansado das tendências musicais dos anos 90 e princípio de novo milênio. Não irei comentar o sertanejo e nem o axé. Dispensa ofensas. Merecem apenas um parêntese para as bundas da Carla Perez e da Sheila Carvalho. Que bundas musicais!
Mas aí veio a Cachorro Grande. Sim, caros leitores, uma excelente banda de rock nacional, de novo. Vinda dos porões de Porto Alegre a banda já conseguiu emplacar vários sucessos como “Sexperience”, “Lunático”, “Você não sabe o que perdeu”, “Sinceramente” e a mais nova música e já “clipada” pela MTV “Você me faz continuar”. Já participaram do programa Estúdio Coca-Cola, dividindo o palco com Nando Reis e comporam uma das bandas no projeto Acústico MTV Bandas Gaúchas onde tocaram ao lado de Paulo Miklos no excelente rock n’blues “Dia Perfeito”. Recomendo todas essas músicas. E todas as outras que ouvirem. Procurem, escutem e depois digam-me se não estou com a razão. Não é enjoativo como heavy metal, não é ridículo como emocore e nem suicida como a Pitty. O rock da Cachorro Grande é uma mistura de Rolling Stones, Beatles, Titãs em início de carreira e uma pitada de Mutantes. É um rock para cima, animado e jovem. É impossível não gostar. Viva o rock brasileiro! E longa vida a Cachorro Grande!




A banda:
Beto Bruno (voz)
Marcelo Gross (guitarra e vocais)
Gabriel "Boizinho" Azambuja (bateria)
Pedro Pelotas (piano)
Rodolfo Krieger (baixo e vocais)

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Extraia os vegetais

Um amigo morno pálido veio me dizer
Que o céu verde granulado pousou sobre você.
Vieste então, sobre a canção uma flor esmorecer.
Bebeste em vão, pois isso mais não, não faz enlouquecer.

Um dread locks muito agitado veio me dizer.
Que cansaste de ficar parado, dormindo e comer.
Encarou uma fila, veio alegria e depois a depressão.
Gostou, senão, e descobriu que fumava em vão.

Um rupestre novo digital veio me dizer.
Que o sabor do limão dominou você.
Sonhaste então, quebraste com cores um concreto são.
Fungaste em vão, pois isso mais não, não faz enlouquecer.

E após toda invasão a consciência veio me dizer:
­_ Você não presta, não se presa, se mata por prazer.
Para que viver como você, sempre em horários comerciais.
Deixe-me morrer, vá se foder e aproveite as plantas medicinais.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Muita Estrela, Pouca Constelação

Hoje na facul estavam expostos os trabalhos interdisciplinares da terceira fase do jornalismo. Bruxaria, espíritas, umbandas, garotos de rua, escoteiros e “hippies”. Todos ótimos. Um, no entanto, me chamou atenção – não só pelo excelente trabalho da desmistificação dos hippes em micróbios – quando estava sentado no lado de fora da Estácio fumando um cigarro com o Santiago: tocou um som do Raul!
Fazia muito tempo que não escutava esse maluco beleza e, obviamente, a música tinha tudo a ver com os micróbios. Eles, que por ideologia são contrários ao consumismo, levam uma vida muito simples: vivem perambulando pelas ruas ( porém com moradia) vendendo seus artesanatos, ganhando o suficiente para alimentar-se e comprar miçangas. E nos faz parar e pensar o porquê dessa correria que anda nossa sociedade. Temos que fazer faculdade, trabalhar cedo, estar sempre bem vestido, falar várias línguas, estudar muito para conquistar o desejado sucesso pessoal e profissional. Mas o que é sucesso para você? O que é para mim!? E parei pra escutar aquela música do Raulzito e vi que essa corrida de cem metros rasos que a sociedade nos impõe tem uma linha de chegada muito podrel: o status.
É sim. É tudo pose. Aparência. Se você tem o carro do ano (opa!), se compra roupa toda semana pra não repetir o visual (o que vão pensar?), se você só vai nas “nights” do momento ( vai ta todo mundo lá!) e se você ficou viciada em flashes, cuidado. Você está na corrida e nem notou porque corre. E meu post, na verdade, é uma dica musical: Muita Estrela, Pouca Constelação, música do Raul Seixas e do Marcelo Nova (Camisa de Vênus).
Pare, escute e pense. Procurem a música. Aqui vai a letra. Abraço.


MUITA ESTRELA, POUCA CONSTELAÇÃO

A festa é boa tem alguém que tá bancando
Que lhe elogia enquanto vai se embriagando
E o tal do ego vai ficar lá nas alturas
Usar brinquinho pra romper as estruturas
E tem um punk se queixando sem parar
E um wave querendo desmunhecarE o tal do heavy arrotando distorção
E uma dark em profunda depressão

Eu sei até que parece sério, mas é tudo armação
O problema é: muita estrela, prá pouca constelação

E tinha um junkie se tremendo pelos cantos
Um empresário que jurava que era santo
Uma tiete que queria um qualquer
E um sapatão que azarava minha mulher
Tem uma banda que eles já vão contratar
Que não cria nada mas é boa em copiar
A crítica gostou vai ser sucesso ela não erra
Afinal lembra o que se faz na inglaterra

Eu sei até que parece sério, mas é tudo armação
O problema é: muita estrela, prá pouca constelação

E agora vem a periferia
O fotógrafo, ele vai documentar
O papo do mais novo big star
Pra'quela revista de rock e de intriga
Que você lê quando tem dor de barriga
E o jornalista ele quer bajulação
Pois new old é a nova sensação
A burrice é tanta, tá tudo tão a vista
E todo mundo posando de artista

Eu sei até que parece sério, mas é tudo armação
O problema é: muita estrela, prá pouca constelação

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Manifesto necessair

A liberdade de imprensa é um bem da sociedade, antes mesmo de ser um direito de profissionais e de empresas ligadas a essa atividade!
Não defendemos ideais partidários, nosso papel é apontar os fatos e questioná-los, independente de quem protagoniza a ação.
Não há como concordar com a globalização neoliberal, que impõe suas garras nas vísceras do terceiro mundo, consumindo qualquer manifesto de sobrevivência. Na luta contra esse mal que consome nossas entranhas, alguns regimes se tornam totalitários e acabam por fazer o mesmo que o “Dragão” neoliberal.
Venho por meio desse breve relato, expor nossa indignação com a atitude do presidente venezuelano e dizer a vocês, caros leitores, que discordamos de qualquer regime totalitário.