sábado, 8 de setembro de 2007

O (mau) humor da Globo


Sábado não se tem muito o que fazer, quando está sem dinheiro, claro. Mas até que meu dia fora agitado, futebol com amigos, sol na piscina e violão no fim da tarde me proporcionaram certa ocupação. Agradável. E a noite? Nada. Rodei e rodei os canais e nada de interessante. Limitei-me e parei na Globo, logo depois da novela – o que no sábado equivale-se a Zorra Total. Assisti-lo por completo a fim de aniquilar de vez com a depressão que se aproxima nessas horas, e a catarse foi inevitável: chorei. É o que todo mundo já sabe: a Globo anda com um mau humor dos diabos!
Nada escapa. Zorra Total é só um exemplo. Casseta e Planeta já decaiu no gosto popular faz tempo e o Jô Soares prefere refugiar-se no seu tradicional talk show. Nada que a emissora tente promover a caráter cômico funciona. E a pergunta fica martelando, o que aconteceu com o humor da Globo?
Há 10 anos no rádio e há 4 na televisão, o programa Pânico tem sido a new wave das gargalhadas nacionais. O casting é composto por humoristas garimpados, um produtor, uma ex-bbb muito gostosa e um experiente jornalista que comem gordas fatias do bolo da audiência dominical, antes exclusivo aos apresentadores Fausto Silva e Augusto Liberato. O sucesso do programa da Rede Tv! É invegável, todos conhecem o Vesgo e o Silvio, a Sabrina, o Mendigo, o Bola e por aí a fora. E outra pergunta se faz também, o que o Pânico tem que a Globo não tem?
Para poupar linhas, minha paciência e seus olhos, respondo as duas perguntas numa tacada só: evolução humorística. O Pânico faz sucesso com uma fórmula muito simples: enche o saco dos famosos, fazem eles passarem por situações ridículas e, o pior, são adorados por todos. E quem são os famosos ridicularizados? Pimba! Os famosos da Globo. O Pânico avacalha com o lado “b” da emissora carioca, pegam os famosos de saia justa e produzem um original reality comic. A Globo, ainda vestida de seriedade extrema, ficou para trás justamente porque não pode fazer uma auto-depreciação daquilo que cria, não pode perseguir o Galvão Bueno a fazer a “Dancinha do Siri” pois, se ela realmente quisesse, mandaria o Galvão fazer e pronto. A graça do Pânico está na dificuldade que eles têm em não serem os primeiros, os melhores. Aquela coisa brasileira de torcer para quem está perdendo. E por isso são líderes de audiência, ainda que o Ibope diga o contrario, no domingo. Enquanto isso a Globo mofa sua estrutura cômica com péssimos textos, desatualização e com uma múmia chamada Maurício Sherman no comando. Ah, ainda bem que amanhã é domingo...